Menta Land News #02 | Rumo ao metaverso 🚀
Um mundo de cavalos virtuais, tênis, jaquetas, avatares e até test drives que só existem do outro lado da tela.
Enquanto isso no metaverso Decentraland….
Estamos de volta para a segunda edição da seleção Menta Land com o que está rolando de mais fresquinho no maravilhoso mundo da web 3. Desta vez decidimos explorar mais a fundo o conceito de metaverso e como isso tem se desdobrado na rede como conhecemos hoje. Como mencionamos na última edição:
Metaverso é toda plataforma ou game que permita o jogador a criar dentro daquele universo. Pense em Minecraft, Second Life, Fortnite e até mesmo no Animal Crossing - todos são variações diferentes de metaversos. Mas na web 3.0 você tem esse conceito atrelado à blockchain.
É natural se perguntar o que há de tão especial nessa nova versão dos metaversos. Afinal, se o Second Life entrou no ar em 2003 é normal achar que o 'metaverso' de agora é só o conceito de game open-world (mundo aberto) sendo requentado sob um novo nome. Sim e não. O Second Life teve um papel importante para chegarmos onde estamos chegando, mas a tecnologia de hardware das quase duas décadas atrás nem se compara com o que temos ao alcance das mãos atualmente. E estamos falando literalmente aqui. Em 2003, o celular mais vendido no mundo foi um Nokia 1100 que não tinha sequer tela colorida. Ou seja, explorar qualquer metaverso atualmente são outros quinhentos. Além da tecnologia estar mais palpável, a nossa relação com o virtual é outra. Sim, porque além de tudo, lá em 2003 estávamos começando a flertar com a ideia de mÃdias sociais e de estar conectado o tempo todo com todo mundo.Â
Corta para 2021. Tem a tecnologia e também a pandemia.
O cenário é surreal e de uma certa maneira, propÃcio para os metaversos vingarem, já que ninguém pôde/pode sair de casa.Â
Só nesse primeiro ano de pandemia já rolou casamento de verdade dentro do Animal Crossing, Tomorrowland em uma locação virtual criada especialmente para hospedar festivais, BTS no Fortnite, cassino da Atari na Decentraland, Gucci no Roblox, collab da Burberry no Blankos Block Party, Stranger Things no Roblox, a arena para shows da operadora O2 no Fortnite, a Disney anunciou que já está com um no forno, e muitos outros acontecimentos. Mas tem alguns que são especialmente interessantes, vem com a gente!
Um desses cases interessantes é o da cerveja Stella Artois no mundo da corrida de cavalo virtual, mais precisamente o game Zed Run. Vale ressaltar que a marca tem um histórico de patrocinar corridas de cavalos tradicionais, tipo o Royal Ascot (a rainha Elizabeth não perde um). Ao mesmo tempo que migrar para o virtual é um pulo, é também bem ousado por parte da marca.
O Zed Run é um jogo baseado em blockchain e nele os jogadores podem comprar cavalos virtuais, procriá-los, trocá-los com outros jogadores e competir em corridas - um simulacro digital do mundo das corridas de cavalo de verdade. A parceria entre a cerveja e a plataforma inclui tiragens de um cavalo exclusivo, skins, e uma pista exclusiva. O leilão fica no ar até o dia 30 de julho no marketplace Open Sea. A coisa toda fica mais interessante quando o foco vai para os valores. Os primeiros cavalos no Zed Run eram vendidos a uma média de 30 dólares, hoje já chegam a 165 mil dólares. Esse é o segundo leilão da Stella, no primeiro, finalizado no mês passado, o cavalo mais caro saiu por 52 mil dólares. Nada mal para uma ação de marketing.Â
Outro caso curioso é o da RTFKT, a marca de streetwear mais interessante dos últimos tempos e que vende roupas, acessórios e sneakers que só existem na realidade expandida. É isso mesmo. A brincadeira começou com filtros de tênis em realidade aumentada, mas logo a coisa ganhou força e eles já lançaram coleções exclusivas com Crypto Punks, Staple, Atari, o artista Fewocious, o site Complex, e outros nomes.
A RTFKT nasceu durante a pandemia, em 2020, e em maio deste ano conseguiu levantar 8 milhões de dólares para aumentar suas operações. Estima-se que o volume de vendas na plataforma só em 2021 já tenha batido a casa dos 4.5 milhões de dólares. Pode não parecer muito, mas estamos falando de uma empresa que vende artigos não palpáveis. Piração coletiva? Segundo os fundadores da empresa, nós passamos muito mais tempo no virtual hoje em dia, então por que não?Â
Metajackets para metapeople.
Realmente, depois de um ano inteiro (quase) sem sair de casa, passamos muito mais tempo na frente das telas. E talvez depois de tanto tempo se encarando nas reuniões no Zoom, faça sentido querer buscar essa realidade expandida com coisas que só existam ali. Seja por meio de filtros que alteram a nossa fisionomia ou por meio de avatares, que possam ou não ter alguma semelhança com quem somos fora das telas.
O metaverso Zepeto é um ótimo exemplo do mercado de avatares que já está acontecendo. Nele os usuários, que já são 200 milhões, podem criar avatares e conhecer pessoas no metaverso, pelo celular. Em junho, um dos candidatos à prefeitura de NY, Andrew Yang, foi ao Zepeto falar com os possÃveis eleitores.
A Hyundai resolveu levar à plataforma o test drive do novo Sonata N Line, os avatares podem não só testar o carro como tirar selfies e filmar junto ao carro.Â
Plataformas como o Zepeto oferecem uma experiência completamente diferente em termos de mÃdias sociais, e tanto as empresas quanto os potenciais 'influenciadores' podem ser infinitamente mais criativos. É o caso das irmãs Charli e Dixie D'Amelio, fenômenos do Tik Tok, que resolveram lançar dois personagens virtuais, Squeaky e Roy. Os personagens podem ser considerados influencers virtuais, e possibilitam uma continuidade na interação com a audiência mais jovem das irmãs, enquanto elas - mais crescidas - vão aos poucos saindo de cena. Similar ao pretexto da Lil Miquela, uma das maiores influencers digitais. De acordo com seu criador, a personagem terá 19 anos para sempre, dessa maneira ela sempre falará com uma audiência especÃfica.
A ideia é que cada vez mais influencers virtuais, bem como avatares ganhem espaço dentro e fora do metaverso. É o caso da Quitéria, a influencer virtual cearense, a russa Anelie que tem como mote não deixar quieto quando sofre bullying, o ciclista virtual Diego e muitos outros. O mercado tem tanto potencial que a Warner Music fechou uma parceria com a empresa Genies, especializada em criar avatares e acessórios para o metaverso, para criar versões exclusivas e oficiais de artistas da gravadora. Vale lembrar que a Genies já criou avatares para artistas como Justin Bieber, Rihanna, Cardi B e Shawn Mendes.
Ao mergulhar em todas as variantes de metaversos que estão rolando, bem como seus desdobramentos, fica claro que a maneira como navegamos na internet mudou muito nos últimos 20 anos, e (provavelmente) vai continuar mudando muito mais daqui pra frente. A ideia é que o conceito open-world domine a maneira como navegamos. O site do curso de Jornalismo da Universidade do Sul da Dinamarca já dá uma ideia do que virá. Da mesma maneira que abrimos o YouTube ou Netflix e damos aquela zapeada, vamos fazer a mesma coisa nos metaversos. Seja para comprar algo, estudar, trabalhar, assistir um show, ou simplesmente para interagir com as pessoas. Tudo indica que vamos poder passear em qualquer direção possÃvel e experimentar uma versão ainda mais expandida da nossa realidade.
Estamos curiosas para ver como isso tudo vai se desdobrar.
A Menta Land, fundada pela Lalai Persson e a Bia Pattoli, é um estúdio criativo focado em projetos no universo digital da web 3.0, seja na blockchain, no metaverso e/ou games ou na internet que está por vir. Tem sugestões, crÃticas, elogios ou projetos? Escreva pra nós.
estou fazendo um report sobre esses temas e essa news vai ajudar muito! parabéns
amando! confesso que fico mega ansiosa com tanta informação diversificada, mas é uma grande fonte para o novo mundo! obrigada!