Menta Land News #01: O que é Web 3.0?
NFTs, Tim Berners-Lee, Decentraland Art Week, Enjin, CADAF e Carl Cox
Olá! Bem vinde ao maravilhoso mundo da newsletter da Menta Land!
Esse é o debut do que será uma curadoria semanal de tudo de interessante que está rolando na Web 3.0. Notícias, curiosidades, tendências e cases relevantes; traremos tudo de mais fresquinho em relação a blockchain, metaversos, NFTs, DAOs, DApps, realidade expandidas, etc. Mas… Antes de darmos um mergulho com twist carpado nesse universo, também vamos dar uma breve introdução a alguns conceitos fundamentais desse ecossistema, o que sempre ajuda, né? E para essa primeira edição, vamos começar pela própria web 3.0: O que é? Onde mora? Do que se alimenta? Aqui a gente explica tudo, chega mais.
O maravilhoso - e ✨descentralizado✨ - mundo da Web 3.0
Em linhas gerais, a web 3.0 tem como principal característica ser baseada em tecnologias descentralizadas, como Bitcoin e Ethereum. Entre os diversos aspectos (que vamos abordar mais pra baixo) está a forma como o usuário não vai precisar abrir mão de sua privacidade ou dos seus dados importantes para poder navegar - pelo contrário, ele pode até ganhar com isso.
Isso tudo faz mais sentido ainda quando pensamos na primeira e na segunda versão da web que conhecemos. Na primeira, a maior parte dos usuários apenas consumia conteúdo, não produzia. Na segunda versão, foi a vez dos usuários poderem criar conteúdo, com isso tivemos o boom das mídias sociais e inclusive de conceitos como o de digital influencer.
Agora, com tudo conectado e a gente falando a torto e a direito o que curte e não curte na rede, faz sentido que os usuários queiram ter controle e propriedade sobre o que colocam na web. Além de tudo, o “big data” se mostrou um negócio lucrativo, então usuários sabem que qualquer coisa publicada na rede vai valer dinheiro. Não à toa, vimos versões da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais) serem aprovadas em diversos países há alguns anos. Com isso a web 3 vem tomando cada vez mais forma.
Mas calma, tem mais!
Além de toda a potencial solução do vazamento e repasse de dados da web 2.0 pelas grandes corporações, a web 3.0 tem outros diferenciais. Tem a questão de como tem todo um sistema monetário nativo (alguém falou em cripto moedas?), isso significa que a rede permite aos usuários criarem todo um novo sistema econômico e de negócios. Duas grandes tendências nesse aspecto são as DAOs (organizações automatizadas descentralizadas) e os DApps (aplicativos descentralizados) - que vamos abordar nas próximas semanas.
E ainda tem a questão tecnológica. A web 3.0 também engloba os avanços em “machine learning” e inteligência artificial, realidade expandida (AR, VR, XR), gráficos 3D mais avançados e acessíveis e, por fim, a conexão de tudo por diversos aplicativos com a internet das coisas.
A web 3.0 já está acontecendo e é normal rolar reações de deslumbre, ceticismo e, até mesmo, especulação em relação a algumas características dela. O que nos lembra quando a web 2.0 deu o ar da graça - lembra como todo mundo era em relação à social media? Como a história sempre se repete, não tem como escapar, mas dá para fazer parte e ajudar a moldar a faceta democrática disso tudo. Utópico? Talvez, mas a ideia de uma internet mais democrática é também o foco de ninguém menos que Sir Tim Berners-Lee - o inventor da “world wide web”.
Em 2018 ele lançou o Contrato pela Web na Web Summit em Lisboa. O objetivo era fazer com que diversas empresas e indivíduos assinassem uma espécie de garantia na proteção aos direitos e às liberdades dos indivíduos na internet. Como ele mesmo disse ao jornal The Guardian na época:
“Por muitos anos havia um sentimento de que os aspectos incríveis da web iriam dominar e nós veríamos um mundo com menos conflitos, mais compreensão, com mais ciência e democracia. Mas as pessoas se desiludiram por conta de tudo que elas vêem nas manchetes.”
Então, pode não parecer, mas não é à toa que o próprio Berners-Lee acabou de lançar seu próprio NFT do código-fonte da internet. Entitulado de 'This Changes Everything’, o lote será leiloado pela Sothebys no dia 30 de junho. Quem arrematar vai levar ao todo 4 peças:
1 - Mais de 9 mil linhas do código original de HTML, HTTP e URI (Uniform Resource Identifiers) - as três linguagens fundamentais e os protocolos escritos por Berners-Lee entre Outubro de 1990 e Agosto de 1991, mais os manuais de instrução de como utilizar o protocolo HTML;
2 - Uma animação em vídeo do código sendo escrito;
3 - Um representação gráfica tamanho A0 do código completo, criada e assinada pelo próprio Sir Tim;
4 - Uma carta escrita pelo autor em junho de 2021, na qual ele reflete sobre o código e o seu processo de criação.
Aguardando ansiosamente para saber quem leva essa belezinha.
E se você acha que o conceito do código da web em NFT é estranho… Espere até ouvir o que está rolando no metaverso 😎
Metaverso é toda plataforma ou game que permita o jogador a criar dentro daquele universo. Pense em Minecraft, Second Life, Fortnite e até mesmo no Animal Crossing - todos são variações diferentes de metaversos. Mas na web 3.0 você tem esse conceito atrelado à blockchain. Plataformas como Decentraland, Roblox, Sandbox e Cryptovoxels são alguns dos metaversos mais famosos no mundo descentralizado. E acredite, esse universo (paralelo) tá bombando:
- Segunda edição anual da Decentraland Art Week acontece a partir do dia 8 de julho. Aguarde exibições das maiores plataformas de cripto arte, cineclubes, performances teatrais, exibições de coletivos artísticos, e até mesmo after parties.
- A plataforma de NFTs Enjin se juntou com a Virtual Worlds (empresa com mais de 20 anos de experiência em digitalizar artefatos), para criar versões de alta definição - e tokenizadas - de monumentos egípcios, tais quais as pirâmides, e a Grande Esfinge. A ideia é que os NFTs poderão ser incorporados em realidades virtuais e/ ou games. Além disso, as duas empresas também devem lançar monumentos do Machu Picchu. Afinal, nunca se sabe quando alguém vai querer montar seu próprio Egito no metaverso. 🤷🏻♀️
- O DJ Carl Cox, ou melhor, o seu avatar ultrarrealista, se apresentará em uma série de shows no Prism World, a seção dedicada à apresentações musicais da plataforma de realidade virtual, Sensorium Galaxy. David Guetta e Armin Van Buuren também já confirmou uma série de apresentações na plataforma. Todos os artistas participantes estão passando por um processo de escaneamento para a criação dos seus avatares, já tem um behind the scenes com o David Guetta que dá para ter uma ideia do que esperar.
E já que o assunto é apresentação de artista no mundo virtual…
Até o dia 24 de junho acontece a CADAF (Feira de Arte Digital e Cripto) de Paris. A feira, que começou dia 17, está acontecendo totalmente online e é possível assistir e navegar pelas artes gratuitamente. A programação traz palestras com profissionais e artistas da área e abrange desde o dilema entre inteligência artificial e arte, até o papel do feminismo na arte digital. A melhor parte é que dá para assistir o que já rolou também.
Ufa, por hoje é só! Mas fica ligado que semana que vem tem mais notícias fresquinhas para você! 🍃
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